Crescer com um irmão com deficiência é toda uma aventura.
Embora a investigação durante anos se tenha focado nos aspetos negativos - stress, ansiedade, solidão - lentamente os investigadores começaram a reparar num padrão interessante entre nós, irmãos.
Guiados pelos modelos daquilo que se conhece por resiliência – resistência frente à adversidade -, observa-se então que as exigências aos quais se devem enfrentar os pais de crianças com deficiência conduzem a que o resto dos irmãos se desenvolvam mais autonomamente, crescendo como pessoas mais responsáveis e maduras, adquirindo um sentido muito agudo da realidade e desenvolvendo uma maior confiança neles próprios. Da mesma forma, interiorizam melhor os valores humanos como a paciência, a tolerância, a delicadeza, a escuta, a compaixão, a generosidade, o altruísmo, respeito à diferença, a capacidade de superação, o sentido de justiça e mostram maiores níveis de empatia, comparativamente ao resto. Também foi demonstrado que os irmãos extraem mais alegria das pequenas coisas da vida.
Questões científicas fora, eu, pessoalmente, nunca duvidei que ser a irmã mais velha da Marlene fez, faz e fará de mim sempre um ser-humano mais completo.
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